Estudantes Brasileiros no Ensino Superior em Portugal
28 abril 2022 | 14h00 | Online

Online

→ Link Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/6333929386
ID da reunião: 633 392 9386

 

 

 

RESUMO

 

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As relações coloniais entre o Brasil e Portugal garantiram, durante muito tempo, a mobilidade de uma elite brasileira que pretendia formar-se na Universidade de Coimbra. No entanto, foi somente no século XXI que o fluxo dos estudantes brasileiros para o ensino superior português se intensificou, constituindo, desde 2008/2009, o maior grupo de estudantes internacionais em Portugal. Esta apresentação, baseada numa tese de doutoramento defendida em Dezembro de 2018, no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT) da Universidade de Lisboa, analisa as motivações dos estudantes brasileiros do ensino superior para sair do Brasil, vir para Portugal, e identifica os fatores mais relevantes, de ordem individual, relacional e coletiva, que motivaram a escolha da universidade e da localidade neste país.

 

Para tal, este estudo de caso utilizou uma metodologia mista (qualitativa e quantitativa), recolhendo dados de fontes secundárias de informação, realizando (entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro de 2016) 63 entrevistas em profundidade a dirigentes universitários e estudantes, e disponibilizando um questionário online (que obteve 449 respostas válidas) para que todos os estudantes brasileiros que estivessem em Portugal na altura, pudessem participar.

 

Os resultados obtidos permitiram concluir que a motivação para estudar no estrangeiro, bem como a escolha do país, da universidade e da localidade de destino, constituem um processo complexo, resultante da interação de diferentes tipos de fatores. As motivações para estudar fora do Brasil, e para a escolha de Portugal, prenderam-se, sobretudo, com fatores de ordem individual, como ter uma experiência de vida e/ou académica no exterior, e com o capital linguístico e cultural dos estudantes. A escolha da universidade teve em conta, fundamentalmente, fatores coletivos e relacionais como, o prestígio da instituição de ensino, a existência do curso pretendido e de redes de conhecimento com estudantes que frequentavam, ou já tinham frequentado, esta instituição.

 

Apesar do trabalho de campo ter sido concluído em 2016, com a pandemia provocada pela Covid-19, um outro estudo, realizado no início de 2020 pela autora em parceria com duas outras investigadoras do IGOT, mostrou que, ainda que a crise sanitária e económica provocada pela pandemia, tenha impactado a permanência e o fluxo de estudantes internacionais em Portugal, os estudantes brasileiros continuam a ter motivações para estudar neste país, apesar dos seus projetos de estudos terem sofrido alterações, e de terem que adoptar estratégias e renegociações para manterem os projetos de mobilidade."

 

 


 

Língua do encontro
Português

Coordenação
Cecília Menduni Luís (CRIA-Iscte)

Daniel Malet Calvo (CIES-Iscte)

Liliana Azevedo (CIES-Iscte)

Raquel Carvalheira (CRIA-NOVA FCSH)

 

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