Representações dos trabalhadores em Portugal sobre proteção social
Workshop | 22 setembro 2025

O próximo workshop de investigação do CIES, decorre no dia 22 de setembro 2025, entre as 12h30 e as 14h00, na sala A202 do Edifício 4 (Iscte-Conhecimento e Inovação).
Esta iniciativa decorre no âmbito do Grupo de Investigação Desigualdades, Trabalho e Bem-Estar Social.

TEAMS
https://bit.ly/WorkshopCIES_Set 

APRESENTAÇÃO
João Pedro Pereira
Bolseiro de Doutoramento do CIES

COMENTÁRIO
Alexandre Calado
Investigador integrado

 


 

RESUMO

As sociedades pós-industriais defrontam-se com um diverso conjunto de desafios, nomeadamente o envelhecimento populacional, o alargamento de formas atípicas de emprego ou a deslocalização da produção e do emprego para outros contextos do globo.

Entretanto, foi surgindo um outro risco/desafio social associado aos desenvolvimentos em áreas como a Inteligência Artificial e a Robótica: a ameaça de desemprego tecnológico. Apesar das várias projeções a respeito deste fenómeno que vão sendo publicadas pelas mais diversas entidades (fundações, think-tanks, universidades, etc), estas devem ser pensadas de uma forma crítica e importa ter em consideração o seu carácter contingente.

Contudo, tais riscos não devem ser ignorados e os Estados-providência devem, além de colmatar os défices de cobertura existentes, estar preparados para responder adequadamente às inseguranças que podem vir a surgir, em maior ou menor intensidade, no futuro.

Neste trabalho, analisamos três propostas de política pública que podem representar possíveis respostas dos Estados-providência aos riscos e desafios sociais aqui elencados: Rendimento Básico Categórico, Rendimento de Participação e Emprego Garantido.

A investigação aqui apresentada está dividida em duas partes: na primeira parte, é realizada uma análise comparativa entre as diferentes políticas com recurso a um quadro comparativo com cinco dimensões distintas; na segunda parte, serão apresentados alguns dos resultados preliminares de um conjunto de entrevistas semiestruturadas (onde são abordados também os desafios do acesso aos entrevistados, os ajustamentos feitos relativamente ao plano inicial e o método utilizado para inquirir estas pessoas sobre as políticas em estudo), realizadas com trabalhadoras e trabalhadores de diversos setores de atividade que poderão vir a ser impactados pela automação de processos produtivos, relativamente à sua visão sobre o futuro do trabalho, do Estado-providência e das políticas de proteção social em estudo.

Pretende-se, desta forma, contribuir para um debate mais plural e aprofundado sobre as questões acima referidas, cujo impacto na vida de milhares de trabalhadoras e trabalhadores não deve ser negligenciado.